Versos brancos

19.8.14 Cabotino 0 Comentarios



Rimas não trazem solução
tampouco os versos brancos.
E estes que vos escrevo,
são tão brancos, diria até, anêmicos,
mas mesmo assim doam-se gratuitamente
neste mundo vampiro em um hemocentro.

Aos convalescidos prostrados e desamparados em seus leitos:
perdoem-me se meus versos não chegaram a contento
para tentar aliviar vossas desgraças.
Peço desculpas às mulheres que suspiram por amor,
nesse mundo tão misógino,
solitárias na hora de dormir e
meus versos não fizeram as vezes da companhia ausente.
Perdoem-me os suicidas que na hora de redigirem
suas cartas meus versos não vieram à luz.

Desculpem-me os órfãos de pais; de países; de deuses; de amor e de ódio.
A todos aqueles destituídos de sorte e proteína animal,
vocês sabem de quem estou falando – esse poema não têm a pretensão de ser panfletário, nem força para isso ele tem.
A todos os condenados da Terra
peço-vos perdão por meus versos.
Eles tentaram, mas os desgraçados
são tantos e este mundo tão sedento de sangue,
que eles empalideceram de medo e covardia.








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