Capitão nascimento, a coisa pública e um "estranho ser" !!! Quem será ???

28.11.10 Foi Hoje! 1 Comentarios


NUNCA SERÃO !! OUVIRAM, NUNCA SERÃO !!!!
televisão
contas pagas
segurança
televisão ...

boa noite .

Por: Pássaro bege

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DOMINGO, DIA ÚTIL, DIA FÚTIL...

19.11.10 Foi Hoje! 2 Comentarios


Por: Renato Ribalta
Estava sentado no respaldo de um dos bancos de granizo da Praça Santa Luzia, que aquela altura da noite já se encontrava vazia, era por volta das 20 horas e as casas que circunscrevem o logradouro público irradiavam através de suas janelas os raios catódicos dos aparelhos de tiravisão... Ou melhor... Televisão, as pessoas em seus sofás e poltronas da sala de estar, como naquela canção, tinham nessa caixa a sua padroeira, enquanto o nosso solitário personagem que dividia com um vira latas o espaço da Praça, preferia os olhares enternecedores da Santa Luzia, a padroeira dos cegos.
Esperando uma amiga que pelas circunstancias da vida só a vê nos fins de semana, uma amizade boemia, sem sal de frutas nem tampouco tira-gostos. Já se encontrava impaciente devido ao atraso, porém esse é comum com ela, ela costuma dizer que o seu relógio (ela ainda usa isso) é atrasado em relação ao do celular dele, e ambos não fazem nada para emparelhar a hora da cerveja ou do vinho, ele diz que Godot é mais pontual do que ela, e é.
O cigarro que acendeu para esperá-la, como quem acende uma vela para um santo padroeiro já se encontrava no fim, a bunda lhe doía em virtude da espera e da posição incomoda no banco de granizo, mas, antes as nádegas do que os cotovelos que levam a marca cinza da dor de esperar os que vão comprar cigarro.
Quando o expresso Hollywood já ia desembocar no Pacífico, uma mulher aparentando uns trinta e poucos anos (uma década após a da canção) morena e de cabelos encaracolados curto, fez que iria passar direto em uma das esquinas da Praça, e vendo-o, decidiu dar meia volta do seu percurso e foi ao encontro do nosso insular tabagista.
Chegando nele, o mesmo que se encontrava ouvindo um som tirou o fone quando esta chegou, ela lhe perguntou de chofre:
- Tudo bem?
E ele respondeu lacônico:
- Tudo!
Como quem não quer mais conversa. A desconhecida aparentemente embriagada insistiu:
- O que tais ouvindo?
Ele dessa vez mais polido, talvez justamente por perceber o estado da sua interlocutora, pois sabe que o amor assim como a gasolina, é volátil, consome-se rápido e para mantermos o carro funcionando trocamos pelo álcool, lhe respondeu:
- Kafka, uma banda dos anos 80 e a música se chama: Plenitude.
Ao ouvir a resposta ela resolve arrumar as duas mechas de cabelo que lhe caiam sobre os olhos e as colocou por trás das orelhas como alças de óculos, e lhe faz um convite:
- Vamos tomar uma cerveja no bar de Domingos?
Ele responde que não iria dar, pois, está esperando uma “estória”, e lhe passou pela cabeça paralelamente a sua resposta, a paráfrase de um adágio popular: mais vale uma boemia na mão do que um bar sobrevoando.
Ela levemente contrariada, lhe pediu um cigarro ao qual o “boêmio” solitário acendeu e lhe deu falando:
- Olha aí, ainda vai com o gosto da minha boca.
Ela saiu e deixou essas palavras:
- Plenitude é tudo que é bom, nunca pense em coisas ruins.
E saiu soltando fumaça como uma locomotiva de passos dissonantes tal qual uma promessa de felicidade.
Ao repor o fone aos ouvidos como quem também põe as alças de um óculos, o trecho de Plenitude que ainda estava tocando era: “mesmo sendo assim/ tão fácil perceber/ a plenitude acena e se desfaz só de dizer/ vai ser bom de saber/ que não me domina o medo de te perder”.
Cansado de esperar, ele põe um drops na boca como um tira-gosto, acende mais um intervalo pelo filtro e vai embora a procura de um bar.

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Iº CURTA LITERATA

12.11.10 Foi Hoje! 0 Comentarios


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A lombra, a larica e a marola

8.11.10 Foi Hoje! 2 Comentarios




Cores vivas... Vibrantes... Detalhadas. Certa retidão nos olhos que vagam na silhueta da forma. Os sons são apurados. Invadem meus ouvidos em feixes agudos percorrendo os dutos sanguíneos até encontrarem indícios de sensibilidade, imaginação e prazer de ouvir música. Minhas mãos e meu corpo embaçam na matéria. A pele é tenra e o toque é áspero... Que viagem!...

Frutas doces... Beijos salgados. A boca permanece nesses extremos. Posso sentir o paladar só pelo cheiro apurado, pela fragrância leve, pela imaginação gasosa. Fecho os olhos e mordo os lábios. Da fome ampla, intensa e voraz a larica emerge das profundezas do estomago como um vazio celestial dentro da barriga.

A marola é diferente. Um canabista pode ser denunciado através dela; dedos amarelados, boca ressequida, olhos em brasa, cheirão nas narinas, hálito de canabis. Já pensou que sujerinha!
Basta lembrar um canabistas famoso, que era tão sujeira em casa, mais tão sujeira... Que até o cachorro dele usava colírio!

Exagero??????


Por: Amâncio Norato

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Causos 18: O orgulho ferido / 2

6.11.10 Foi Hoje! 2 Comentarios


O pai de D. Joana era preto, pobre e vivia no meio do agreste; trabalhava de sol a sol pra sustentar a família. Enfrentava adversidades, mas batia no peito firme de si, pois tinha sua terra e não devia nada pra ninguém.
Mas, as vezes, a desgraça cisma de bater em nossa porta e faz o mundo girar de uma forma que tudo de ruim que já aconteceu pode ser muito pouco se for comparado com tudo de ruim que pode acontecer.
Um dia o pai de D. Joana perdeu sua terra para um poderoso latifundiário da região; “Major Bastos veio aqui tomou a terra e pagou quanto bem queria pra papai” disse D. Joana. O pai de D. Joana não teve opção, nessas terras agrestes manda quem pode e obedece quem tem juízo. Caiu em desgraça por perde o que era seu mesmo nunca tendo pegado o que era dos outros.
Sem terra, sem autonomia, sem forças pra bater orgulhoso no peito e por ultimo sem juízo “papai ficou doido” disse D. Joana “saiu pelo mundo andando sem rumo e acabou morrendo doido no meio do mato; doido mesmo, sem uma gota de juízo”; e depois disse “o Major Bastos tomou terra de muita gente por aqui”.
Hoje o paço municipal de Cupira, município onde tudo aconteceu, chama-se Major Bastos.

Castanha 06/11/2010

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Boa noite! Oxe! Vai dormir, ora...

3.11.10 Foi Hoje! 1 Comentarios


Por que será que nada dos planos antes da dormida nos salta a realidade? As construções metafísicas, os projetos com inicio, meio e fim, tudo tão completo e perfeito! Na luz do dia esvai-se?!

A marcha cartesiana dos detalhes, as improvisações de luxo, sobressaltos de euforia das criações inéditas, que impressionam não por serem inéditas, mas, pelo falto de jogarem vida no ventilador das mesmas artimanhas do velho criar, criar, criar, criar...

Todos esses planos dormem conosco e jamais despertam junto com a gente, ficam guardados num lugar inacessível às mãos, aos olhos, ao traço, mas... Pipocam na alma.

Vai dormir! Plano incessível ao acordar, que amanha se te pego de vacilo... Coloco-te num papel e te encho de floreios.

Boa noite! Oxe! Vai dormir, ora...

Por Pássaro Bege

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Causos 17: Rosano, um anti-herói

1.11.10 Foi Hoje! 3 Comentarios


Anti-herói, o protagonista que é do bem, mas não possui as características próprias de um herói. O anti-herói é atrapalhando e outras coisas mais. Macunaíma era um anti-herói; o Chapolim Colorado também era. Por um momento Rosano foi um anti-herói. Não foi o Chapolim nem o Macunaíma, mas foi um anti-herói. No geral, Rosano é um bom sujeito.

Quando era garoto Rosano viu seu primo mais velho fazer uma coisa que lhe encheu de nobres sentimentos. Viu seu primo, durante uma pelada na praia, se jogar e se arrebentar para impedir que a bola mal chutada acertasse uma transeunte. Aquilo seria para Rosano um exemplo marcante de dedicação em defesa do próximo
.
Tempos depois, também durante uma pelada na praia, alguém, novamente, chutou a bola de forma mal calculada e esta foi em direção a um casal que se beijava e amava logo ali, em frente ao mar. Antes de o alvo acidental ser atingido, Rosano correu e se jogou para alcançar a bola. Não foi suficiente... E foi desastroso. A bola acertou o casal e como se não bastasse, Rosano, quando caiu, também atingiu o casal. Os apaixonados ficaram indignados. Rosano, além de se machucar na queda, levou um esporro do sujeito, e quando olhou pra trás topou com seus colegas de futebol morrendo de gargalha. Furioso e sem jeito gritou “não ri não, porra!” ao que os colegas responderam “mas tu caiu” e continuaram a gargalhar.

Embaraços a parte, resta à boa intenção. Rosano tem um bom Coração. Alias, este causo é dedicado a todas as pessoas que tem um bom coração.


Castanha 01/11/2010

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