O quinto

29.5.13 Joarez 1 Comentarios



No começo, era uma coisa bem distante. Mas o trio ternura, num não tão longínquo 2008, botou a cana para moer.

E eis que, à moda de Leminski - distraídos venceremos, ora pois!-, entramos no quinto ano de atividade.

Celebrai com júbilo!
Ê, vida. Quem alertou foi o Pássaro Bege: quinze de maio, a data simbólica.

O quinto ano, numa era de aquário, inaugurado no dia quinze. Se isso vai trazer boas energias, diga lá você, moça mística; diga você, meu caro, que lê o horóscopo diário do periódico da sua cidade, mas não abre o jogo para os amigos.

De cá, digo o que posso dizer: trará boas surpresas. O segundo semestre trará boas surpersas.

Nós, colaboradores e editores do FoiHoje, agradecemos e desde já convocamos todas e todos para pensar (e por em prática!) atividades que nos congreguem e que fortaleçam nossas parcerias.

Colaboradores esporádicos, leitores e leitoras, blogueiros de outros blogues, escritores e escrevinhadores de outros espaços, fanzineiros, fuleiros (alô, Victor, meu chapa!) e outros outros tantos companheiros podem e devem "se chegar".

A ideia é construir um espaço onde nossas atividades sejam pensadas, discutidas e, assim, fortalecidas. Naquele clima suave, claro, que esta ocasião nos propicia.

Celebrar para dar liga. É essa a nossa pedra de toque para o segundo semestre.

Até lá.

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Reclamações de um morto

22.5.13 Joarez 0 Comentarios



Tendo recebido essa carta via correio eletrônico, de endereço de e-mail que prefiro não tornar público, trago à tona o seu conteúdo:

Em dias de forte chuva, a regra é
por demais conhecida: salve-se quem puder
"Senhor Dr. Ilmo. Governador do Estado de Pernambuco. Primeiro, peço desculpas se me utilizei mal dos pronomes de tratamento. Português nunca foi meu forte.

Meu nome é Ancelmo Dias, com "c" mesmo, sou natural de Recife e tenho 36 anos. Quero dizer, tinha. Tinha até a madrugada do dia 17 de maio deste ano, quando fui acometido por um ataque cardíaco.

Para começo de conversa, admito que já participei de uns tumultos na Avenida Conde da Boa Vista, Grito dos Excluídos, Passeatas dos Sem Terra, Marcha de não sei o quê, sim, já fui. Não nego.

Também não nego que costumava falar mal da classe política brasileira, vez ou outra colocava um braba nas redes sociais, também. Mas só isto.

Nunca fiz mal a uma mosca. Nunca agredi, nem bati em ninguém. Cedia lugar para idosos e gestantes nos coletivos e não deixava o volume do som alto, para evitar incômodos aos vizinhos, em noites dionisíacas.

Amigos e familiares me adoravam. Em vida, claro. Em morte, é outro papo. Mas uma vantagem eu tive: fui poupado de falsas chorumelas no velório.

Voltando: nunca fui petista, peessedebista, peemedebista, lulista, amigo de Sarney ou coisa que o valha.

Cumpria com minhas obrigações de eleitor e com as orientações de Padre Cícero, amém.

Dentro desse contexto, faço uma profunda queixa ao senhor: que história foi essa de não avisar a população sobre a tempestade que se abateu sobre nossa cidade sexta-feira passada?

Imagine o senhor que o cortejo já ia longe, depois do pontilhão do metrô, quando aquele toró desgraçado caiu sobre essa terra.

E aí? Aí que salve-se quem puder, meu caro. E morto não pode se salvar. Se pudesse, nem morto estava.

Meu caixão boiou durante toda a sexta-feira, varando o sábado, na esquina da Rua Sargento Juvêncio com a Rua do Sancho.

Quando voltaram para me buscar, já era claro o dia, meu caixão estava completamente desgastado pela ação da água e meu corpo parecia o de um baiacu.

De modo que enterrado, como manda o figurino, eu só fui no fim do sábado, com quase 36 horas de atraso, algo imperdoável para as leis celestes.

São Pedro não aceitou minhas desculpas, pior, desconfiou que eu estivesse mentindo, e me relegou ao purgatório "até segunda ordem". Veja só: um avisozinho no rádio de manhã cedo e todos estes percalços não me teriam acometido, Senhor Governador.

Espero que o senhor se comunique com as autoridades divinas, se através de médium ou babalorixá pouco importa, e explique toda esta confusão, para que eu possa, padi, Ciço, amém!, gozar da minha vida mansa e eterna no céu, como nos prometeu a filosofia cristã.

Atenciosamente,

Ancelmo"

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Os sete pecados das capitais [Bovarismo] V

21.5.13 Cabotino 0 Comentarios



Bovarismo

                Andava suspirando pelos cantos, sem vontade de comer, um comichão na barriga, as mãos suadas e aquela vontade danada de lotear o futuro. Já pensava como seria a sua vida com Ele, a prestação do apartamento próximo ao trabalho; o faqueiro em forma de melancia aberta e o par de pantufas do Lion King. Ligava diariamente para a sua “Amiga” (era assim que se referia a ela) para lhe contar as novidades: Amiga, ele é tudo o que há. Bonito, simpático, inteligente, educado, cheiroso, elegante. Parece até aquele menino da novela das oito, aquele que joga futevôlei na praia, se lembra? Na sucessão de cada adjetivo o seu corpo bruxuleava como a chama de uma vela; seus olhos brilhavam como os de Carlitos sendo reconhecido pela ex-cega em Luzes da cidade. Era a paixão em seu pathos típico - Um Vesúvio de saias prestes a estourar sobre aquela Pompéia bronzeada e dândi -.
                Os dias se passavam e todos os menores detalhes do flerte eram narrados para a “Amiga” ao telefone a noite, confidente onipresente, desde: fiquei sabendo que ele gosta de cultura japonesa e adora sushi Califórnia... Joga gamão... Tem uma cueca roxa da Lacoste... Até a notícia que a deixou no banheiro todo o horário de intervalo no trabalho: Amiga, vi hoje que ele mudou o seu status de relacionamento no Facebook, agora está solteiro. Era a novidade mais aguardada de sua vida de domingo a domingo (uma folga na semana) no Call Center das 8 às 14 com uma parada para o “sanduba” da Subway (nos finais de semana abandonava a marmita).
                Três dias após a notícia vinda da rede social, descobriu que estaria no mesmo horário de trabalho do “Cristiano Ronaldo do PROJAC”, era sexta feira, o dia em que a Rosa Púrpura do Cairo saí da tela para ganhar as ruas, à noite e a vida. Ela, cansada dos solilóquios noturnos com a “Amiga” e, também, do ditame social de que mulher não deve flertar – o tesão também queima seus sutiãs – foi direto ao assunto, aproximou-se dele no horário do intervalo e o convidou para o samba que rola no bar B.O, próximo a Faculdade de Direito. O encontro estava marcado, agora era esperar e que se foda a meta de ligações diárias.
                Eram 22 horas e o samba estava quente, assim como ela toda contente, cerveja vai, cerveja vem, tudo vira fumaça até as luzes vermelhas do taxímetro estacionando nas instalações do Motel Champanhe – um brinde ao prazer –. E a vida assim como o automóvel tem seus stops. Lembrou-se que aquela manhã tinha ficado menstruada e falou para o seu “Simba” a novidade. De imediato foi repelida com um empurrão que a fez cair no canteiro de flores do Champanhe ao som destas palavras: Porra, se tu tivesse me chamado para jogar gamão eu teria vindo sem nenhum problema, mas com esta eu não contava, saí do B.O para o O.B. Caralho! É cada uma que me aparece. E, assim com este puxão de tapete da natureza ela ficou sozinha, entregue as lágrimas, as orquídeas e a terra adubada, sua amiga molhada.

Por Cabotino.  

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haikai

17.5.13 Joarez 0 Comentarios












quem chove, chuva
quem não sabe condensar
seca igual ao sol










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Lápide

13.5.13 Joarez 0 Comentarios









morreu para viver além
para além dessa vida
de quem viveu
sem nenhum vintém









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Do Som ao Redor ao Treze de Maio.

12.5.13 Cabotino 1 Comentarios





Nem lembro exatamente o dia do fato, mas acredito que se tratava de uma sexta-feira à noite, isso por causa da quantidade de pessoas nas ruas e nos bares, e também porque era difícil eu ir ao bar do Lula sem ser numa sexta.
O que eu lembro eu vou contar. Lembro com muita precisão do sentimento que me tomava quando saí da sala do cinema, de toda aquela euforia e sentimento de revolta frente à fuleiragem da vida burguesa e todo seu barulho que passaram no filme. Lembro que na saída do cinema encontrei um primeiro casal de amigos, os dois sociólogos, mas não tive espaço e nem tempo pra conversar com eles, só consegui dizer “o filme é foda!”. Logo em seguida encontrei um segundo casal de amigos, ele sociólogo, ela bióloga, falávamos com tanto afeto do filme, como ele tinha dado uns bons tapas na cara de grande parte da galera burguesa que também tinham assistido a aquele filme burguês, naquela sala de cinema burguês. Falávamos de como a sociedade recifense era escrota consigo mesma; falávamos de como a vida naquele filme parecia tanto com a vida da gente e de muita gente. E ainda falávamos como era escroto o fato de uma mãe de família não poder fumar seu baseado na frente dos filhos e, mais escroto ainda, o fato dessa mulher dar uma “trepadinha” com sua máquina de lavar.
Em meio a toda aquela conversa sobre Recife e suas histórias malucas, eis que se chega mais uma amiga, outra socióloga, meu deus, livrai-nos desse mal. Ela estava pra entrar no cinema, não pra assistir aquele filme que comentávamos, mas ia ver um filme sobre a história de uma menina de Recife, também burguesa, e suas “trepadinhas” aleatórias. Quando essa terceira amiga se chegou na roda, conversamos um pouco sobre os filmes e logo mudamos de assunto, passamos a falar então do triste caso do assassinato de um amigo de faculdade, outro sociólogo.
O sentimento que me tomava naquele instante foi intensificado mais ainda, toda a revolta se intensificou, porque nosso amigo tinha sido encontrado morto numa praia burguesa de Recife. Por um instante ficamos calados, lembrando do nosso amigo e da forma brutal e burguesa que ele tinha sido assassinado. Voltamos a nos falar, nos despedimos e cada um seguiu seu rumo.
Era sexta-feira à noite e eu estava pra me mudar de Recife, decidi ir tomar uma cerveja e tomar um caldinho de feijão com torradas no bar de Lula. Tomei meu rumo ao bar de Lula, um garçom “de primeira”. Eu tinha duas opções pra chegar ao bar, pegar um ônibus até o Parque Treze de Maio ou ir a pé. Pois bem, não há nada melhor do que caminhar em plena Avenida Conde da Boa Vista, numa provável sexta-feira à noite. Todas aquelas luzes, os vendedores de pipoca, todas aquelas paradas de ônibus bizarras e lotadas de pessoas seguindo seus rumos bizarros, todas aquelas lojas vulgares com seus produtos vulgares, sem falar naquele posto de gasolina cheio de pessoas em busca de felicidade. Continuo pensando no assassinato e naquele filme, pensando como a vida é tão o mais do mesmo. No meio do caminho há vários bares vulgares, com cervejas baratas e de péssima qualidade, cheio de garçons mal pagos e infelizes. Continuo a andar e observar toda aquela gente se entupindo de churros das carrocinhas e de cervejas baratas, até que dobro numa esquina que tem um bar muito interessante. Era o bar de Morgana, uma senhora que serve as mesas com todo carinho e afeto, mas que infelizmente eu não poderia receber esse afeto, era uma sexta-feira e eu precisava tomar aquele caldinho e comer aquelas torradas. Continuo minha caminhada. Viro uma, duas esquinas, e finalmente chego ao bar de Lula.
Sabe aquela relação com o garçom que te trata pelo seu nome e você pelo dele? Pois então, a nossa era assim. O bar do Lula é aquele típico boteco cheio de universitários burgueses tomando suas cervejas de qualidade duvidosa, mas que tem um caldinho de feijão que vem acompanhado de umas torradinhas de pão francês com um tempero fantástico. É um bar bastante modesto, entupido de grades de cervejas pelo caminho e com a cozinha montada num primeiro andar muito mal feito, ligado por uma escada de causar sérias dores na coluna de qualquer garçom que se atreva a passar a noite subindo e descendo aqueles toscos degraus com pratos de diversas qualidades.
Sento numa mesa, Lula chega para me cumprimentar, um aperto de mão e aquela pergunta “uma cerveja bem gelada e um caldinho de feijão?” Deus, nós precisamos de menos sociólogos e mais garçons. Aceito a oferta sem nem pensar duas vezes. Acendo um primeiro cigarro de fabricação brasileira extremamente duvidosa, que mais parecia coisa feita pelo capeta do que por uma santa qualquer. Enquanto espero pela cerveja, que chega quase no mesmo minuto do primeiro trago, penso em ligar para um amigo, infelizmente Lula não trabalha na cozinha e o caldinho demora mais um pouco pra sair.
Pego meu celular pra ligar pra Brasília, não pra falar com um Lula qualquer, aquele outro já me basta. Ligo pra um amigo, começo a falar do filme, do assassinato e de todo aquele sentimento burguês recifense que me tomava naquela noite. Mais um cigarro de fabricação brasileira extremamente duvidosa, seguido daquela cerveja de qualidade duvidosa, mas bem gelada. Eu não precisava de alta qualidade, só precisava daquele cigarro, daquela cerveja gelada e do caldinho de feijão com torradas. Enfim, meu caldinho chega quente e caprichado de torradas!

Por: Raul Vinícius

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Causos 34: O abraço

7.5.13 Castanha 0 Comentarios



Eu era bem pequeno, criancinha mesmo, quando via Salviano abraçar Carmelita. Salviano era caminhoneiro passava uns tantos dias viajando e uns outros poucos em casa.  Salviano era pra lá de bem humorado, ainda é mesmo hoje, vinte e poucos anos depois, mas naquele momento, do abraço, não sobrava espaço pro humor. Quando ele voltava das viagens trazia para o lar a alegria de quem desmancha as distâncias. Esta, a sensação de alegria, era imediatamente seguida pela lembrança de que a presença tem data marcada para acabar e que isto será quando em poucos dias chegar a data da próxima viagem. Finalmente chegava a próxima partida trazendo a tristeza. Eles, Salviano e Carmelita, sabiam que aquilo, a distância, não ia durar para sempre, mas essa certeza não tornava a tristeza menos triste. Nos dias que tinham, aproveitavam: Se amavam se beijavam se olhavam, sorriam um para o outro, pois não há nada mais ansioso que a consciência que avisa que a alegria tem data para acabar. Tudo isso, essa energia toda, era passada naquele abraço de despedida: Longo, silencioso, carinhoso, apertada, soltando um feitiço que tocava tudo ao redor. Um abraço como aquele não pôde passar despercebido... Não passou despercebido.     

Castanha 05/05/2013

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PLACEBO

5.5.13 Foi Hoje! 2 Comentarios


A busca incessante por respostas. Mas onde encontrá-las: Ciência ou Religião?, As “verdades absolutas” chegam para nós como que por encantamento, e nos dão de certa forma uma sensação de conforto, parece-nos afinal que teremos a explicação para as nossas dúvidas, nossos anseios.
Ao ler o jornal ou uma revista estamos sempre cheios de expectativas, como que em estado de êxtase, numa viagem sobrenatural a procura de soluções. Em uma página, lemos que: “uma jovem de 14 anos, chamada Antônia, no município de Itabira, em Minas Gerais, foi curada de um câncer. Milagre! Depois de anos fazendo quimioterapia sem grande avanço em combater a doença a menina foi curada pela Pílula do Frei Galvão, o primeiro Santo Brasileiro”. Em seguida temos a frase em negrito com letras enormes, onde se lê:“cientistas americanos descobrem que o SAL não causa problemas de pressão arterial”.
Pois é, são as “verdades científicas”, que podem ser atualizadas a qualquer momento, e que atendem aos interesses mais bizarros possíveis. Mas, o que fazer? Acredito que estamos reféns de um mercado capitalista que não se importa muito com minha saúde, se tomo um placebo ou um remédio que contenha princípios ativos. O que importa é quanto o MERCADO vai faturar com isso.
Nessa viagem pelo efeito placebo, questões de ética, verdades e mentiras e o fator psicológico estão em jogo, isso é inegável. Talvez a coisa funcione mesmo como: “Você crê e é membro de uma sociedade que crê”.?!
Bem, acho que vou tomar um vinho, mascar algumas folhas de coca, fumar um cigarro e quem sabe acender uma vela, numa dessas capelas virtuais para SÃO PLACEBO, quem sabe eu mesmo não me cure desses efeitos maléficos dessa nossa sociedade de consumo, intolerante e egoísta... Vou passear por paraísos artificiais pois: “o bom senso nos diz que as coisas da terra não existem inteiramente e que a verdadeira realidade só é encontrada nos sonhos”.







                                                                         Por: Carlos Daniel. 

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Crônica de despedida

4.5.13 Castanha 5 Comentarios



Chegamos aos lugares tentando nos abrir para experiências novas; partimos dos lugares aceitando que a mudança é necessária. De tudo isso nós já sabemos, de tanto ser dito virou clichê. Porém, entre ouvir falar em tudo isso e sentir esse processo em detalhes há um espaço e tanto.
Há pouco mais de três anos fui lecionar para turmas de ensino médio numa pequena cidade. Cheguei mal humorado, agressivo, intolerante; fui, como a maioria dos nossos mestres, rancoroso por causa da forma como nós professores somos tratados pela sociedade. É com o correr do tempo que sentimos os detalhes do que nos cerca. O correr do tempo é mais que o simplesmente olhar pra trás e contar os dias; é necessário sentir cada pequeno instante acontecendo, percebendo o que ele tem de bom ou ruim para nos oferecer. E com esse processo constante e incansável vamos moldando-nos, moldando os outros, moldando os ambientes e permitindo a recíproca, num processo tão detalhado quanto quase que totalmente imperceptível; o invisível que move, move, move... Aprende-se assim a amar e odiar as mesmas pessoas e situações e assim saímos dessa dicotomia para uma etapa bem além: compreender o outro; quando o outro percebe isso tenta lhe dar o mesmo em troca. Assim, olhamos mais para os olhos e menos para os estereótipos.
Saí ontem da escola em que estava. Tenho agora uma tristeza que não vai me matar, mas que incomoda um bocado. Estou triste por ter visto aqueles rostos chorando e aquelas vozes dizendo que sentirão saudades. Eu também sentirei saudades. Eu já sinto saudades. Aqui entra minha surpresa: como posso ser o mesmo que há pouco mais de três anos chegou naquele lugar? Como posso ter mudado tanto? Ou melhor, como posso ter chegado com tanta raiva se nem conhecia ninguém ou nada de lá? Viver com os outros nos faz refletir. O outro nos faz mudar. Nossa relação com o outro alimenta nossa relação conosco.      

Castanha 04/05/2013

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