Sobre as palavras
Não faço da minha profissão uma ciência de explicar as
palavras.
As palavras que por acaso vejas aqui no poema nada mais
são que as cascas da última laranja cravo que eu chupei.
Não faça de sua profissão uma ciência das palavras.
Não vomite falsas exegeses sobre os sentidos que elas
carregam, não há ali sentidos estanques.
Use a palavra como bem entender. Só não as amarre em uma
camisa de força feita de outras palavras que já nascem mortas.
Nascem mortas porque explicam muito e dizem pouco.
Nascem mortas
porque você as fechou em dilemas, em teses e em negociatas.
0 comentários: