Sambou!

20.5.14 Pássaro Bege 1 Comentarios



Saiu de casa às 10 horas da manhã ainda com a ressaca do sábado. Pisou miúdo no chão do Barro, rumou pra Macaxeira e de lá pro Morro da ConceiçãoComeu rabada no sol quente e gargarejou a saliva pesada de gordura com a água dourada que cai da bica da misericórdia. Encontrou com Amanda, Kátia, Luíza, Bernardo e com mais meia dúzia de gente “devagar” no barracão; se saiu rapidinho deles e foi entrar no samba.
Haveria ainda fôlego pra ficar na roda e sambar o dia inteiro se não fosse um boyzinho, amigo de Amanda, que não tirava os olhos de cima dela deixando-a sufocada. Daí resolveu ir tomar um ar e quem sabe, de quebra, puxar uma ideia com aquele Boyzinho de olhar pidão pra ver qual era a de menos.
Prosa morgada se deu por lá. Frases feitas, sorrisos largos; o boy era limpeza, mas tinha umas conversas de tabacudo da porra; uns papos tronchos sobre a mulherada do samba, tava naquela de não saber pra que lado atirava. “Dai-me paciência senhor!!!” Era melhor voltar pra roda, ligeiro! 
Lá pelas 16h, cansou um pouco. Continuou no miudinho, de pé, falando com a galera das mesas. Tomou um caldinho de mocotó, deu uns pega numa manga rosa bem clarinha e pra lavar tomou umas Bohemias na sequência. Depois sentou numa mesa que estava fora do toldo e cantou por ali mais alguns sambas.
Na volta, rachou um Táxi pra tomar a saideira na Avenida Norte com um amigo, donde pegou o último Carro de-boi pra Macaxeira com a certeza de que chegaria em casa antes das 23h.  Chegou, tomou um banho, e entrou no facebook pra dizer a Cecília que o samba tava massa demais e também pra cobrar vacilo da amiga que ficou em casa vendo Faustão.
- Perdesse o samba hoje, minha irmã. Foi instiga!
- Mas, e aí, sambasse muito?
- Sambei! Comi rabada, dispensei um Boy donzelo, sentei beba na mesa de umas coroas que não conhecia pra cantar uns sambas, e ainda fui de saideira com “a Mauro” no karaokê da Avenida Norte. Dá pra tu?
- E tu tá boazinha assim?! Meus Deus, estaria morta.
- Tu é que é fraca, mulher!
 - Eita, porra! Sambou na minha cara e na cara da sociedade.
- Sambei!
- Sambou! 

Um comentário:

  1. Essa sambada tá com cara, também, de sábado à tarde no mercado da boa vista.

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