Sambou!
Saiu
de casa às 10 horas da manhã ainda com a ressaca do sábado. Pisou miúdo no chão
do Barro, rumou pra Macaxeira e de lá pro Morro da Conceição. Comeu
rabada no sol quente e gargarejou a saliva pesada de gordura com a água dourada
que cai da bica da misericórdia. Encontrou com Amanda, Kátia, Luíza, Bernardo e com mais meia dúzia de
gente “devagar” no barracão; se saiu rapidinho deles e foi entrar no samba.
Haveria
ainda fôlego pra ficar na roda e sambar o dia inteiro se não fosse um boyzinho,
amigo de Amanda, que não tirava os olhos de cima dela deixando-a sufocada. Daí resolveu
ir tomar um ar e quem sabe, de quebra, puxar uma ideia com aquele Boyzinho de
olhar pidão pra ver qual era a de menos.
Prosa
morgada se deu por lá. Frases feitas, sorrisos largos; o boy era limpeza, mas
tinha umas conversas de tabacudo da porra; uns papos tronchos sobre a mulherada
do samba, tava naquela de não saber pra que lado atirava. “Dai-me paciência
senhor!!!” Era melhor voltar pra roda, ligeiro!
Lá pelas 16h,
cansou um pouco. Continuou no miudinho, de pé, falando com a galera das mesas.
Tomou um caldinho de mocotó, deu uns pega numa manga rosa bem clarinha e pra
lavar tomou umas Bohemias na sequência. Depois sentou numa mesa que estava fora
do toldo e cantou por ali mais alguns sambas.
Na volta, rachou
um Táxi pra tomar a saideira na Avenida Norte com um amigo, donde pegou o
último Carro de-boi pra Macaxeira com a certeza de que chegaria em casa antes
das 23h. Chegou, tomou um banho, e entrou
no facebook pra dizer a Cecília que o samba tava massa demais e também pra
cobrar vacilo da amiga que ficou em casa vendo Faustão.
- Perdesse o
samba hoje, minha irmã. Foi instiga!
- Mas, e aí,
sambasse muito?
- Sambei! Comi
rabada, dispensei um Boy donzelo, sentei beba na mesa de umas coroas que não
conhecia pra cantar uns sambas, e ainda fui de saideira com “a Mauro” no karaokê
da Avenida Norte. Dá pra tu?
- E tu tá
boazinha assim?! Meus Deus, estaria morta.
- Tu é que é
fraca, mulher!
- Eita, porra! Sambou na minha cara e na cara
da sociedade.
- Sambei!
- Sambou!
Essa sambada tá com cara, também, de sábado à tarde no mercado da boa vista.
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