A entrevista sem conotação

5.5.14 Foi Hoje! 0 Comentarios


Eram três candidatos finalistas concorrendo a uma vaga numa empresa. Todos três haviam se saído muito bem em todas as etapas do processo de seleção e estavam agora na ante sala do presidente da empresa, que fez questão de que a entrevista, última etapa do processo, fosse realizada pelo próprio. Claro, era um administrador à moda antiga, daqueles que rezava pela cartilha de que o "olho do dono engorda o negócio".
A pergunta era aparentemente simples, mas capciosa - "como você se define?" - , sobretudo porque seriam todos indagados um na presença do outro, seriam os três candidatos frente a frente com o presidente e seus concorrentes.
A primeira dos três estava bastante confiante, especialmente pelo extenso currículo que trazia, com diversas especializações na área. Contudo, sua resposta não agradou ao presidente. O segundo, que aparentava ser o mais velho e mais experiente, logo enxergou uma oportunidade na escorregadela de sua concorrente e pensou que se desse uma boa resposta, por tabela, o terceiro provavelmente ficaria nervoso também e a vaga estaria no papo. Mas, novamente o presidente não gostou da resposta dada pelo segundo candidato. Chegara a vez do terceiro e último candidato, que tentou não aparentar o nervosismo tremendo que lhe tomava conta depois da rebordosa dos anteriores. Já não esperava conseguir a vaga, visto que o presidente parecia ser um homem difícil de agradar. Mas, foi justamente daí que tirou o restinho de coragem que ainda tinha consigo. Não tinha nada a perder mesmo, a não ser a tão desejada vaga. O presidente mais uma vez bradou: "filho, como você se define?".
Tentou se dar um tempo para que a resposta que o presidente gostaria de ouvir viesse à sua mente, como uma iluminação de um anjo salvador, porém, não tardou a perceber que não poderia ficar a esperar por um milagre que não viria. "Como eu me defino?". Na verdade é bem simples, senhor. Levantou, tirou a camisa, deitou no chão e começou a fazer abdominais.

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