Quando eu fui o Barão de Munchausen

14.1.14 Foi Hoje! 0 Comentarios



Ouçam um acorde de Lá maior!

Eu ia caminhando e lembrando coisas que nunca desejei ter passado. Lembrando-me da gente lânguida e com hálito fétido que já tinha cruzado meu caminho. Ia lembrando dos meus “podres poderes” que não me servem de muita coisa, também lembrava-me constantemente das coisas que queria e não tenho e ainda das coisas que quero e não tenho por não querer.


Também me lembrava de esquecer o que me basta, numa incessante busca de ter o que não preciso para saber que o que realmente preciso não tenho por não querer... São coisas simples, às vezes uma conversa, às vezes uma risada, às vezes um Lè Carretiê com gente descolada, de camisa transada com nada, com a barba por fazer, sem sutiã, com aquele papo gostoso de crítico musical.


Lembro também que às vezes me basto, como o Barão que sai da lama puxando seus cabelos eu escrevo essas letras apagadas sabendo que minha leitura é o suficiente para que possa ser menos amargo. Âmago feito um torrão de açúcar mascavo para um diabético e azedo que nem jiló no bico do canário.


No fim das contas, eu tenho um ás de espadas na mão e vou segurar até o fim do jogo. Isso me basta. Isso é o de mais e o de menos. Da minha lama eu saio quando estiver satisfeito.


"The ace of spades, the ace of spades"



Por: João Berimbau 

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