Rosário de ódio
Ao Exmo. Senhor Ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos da
América, D. H. Rumsfeld.
Venho através desta missiva
manifestar o meu total repúdio à Vossa Excelência, aliás, Vossa Excelência é o
caralho e repúdio é eufemismo para o que vou dizer a partir de agora.
Primeiro, eu espero que você morra
lentamente e de maneira sofrível e de preferência em Abu Ghraib ou Guantánamo e
que seja pelas mãos daqueles que você expropriou (via bombardeio); torturou
(covardemente nos porões dos cárceres arbitrários erigidos por sua legenda,
Re-pu-bli-ca-na); e matou (com o álibi da segurança nacional [leia-se Lei
Contra o Terrorismo] e em prol das suas ações no pregão Down Jones onde se multiplicam os seus petrodólares).
Toda a sua retórica afinada que fez
abrir o Salão Oval para você destilar o fel de sua língua ferina aos ouvidos
susceptíveis dos conservadores de Miami à Seattle não será suficiente par
conter as invasões bárbaras. Elas irão, como se fosse um Far West às avessas, invadir o seu santo território – que o seu
antigo chefe insistia em dizer que Deus iria protegê-lo – e irão fazer de sua
bandeira, de sua declaração de independência e de todo o legado federalista,
serpentinas e confetes. O carnaval será a desforra de anos de exploração e
pilhagem que você e a sua atávica súcia realizaram - os outros de sua natureza
que foram paridos pelas mesmas cadelas puritanas de Salt Lake City à Dallas
irão também sangrar a luz dos punhais Sioux
que irão lhes escalpelar.
A multidão bárbara derreterá o touro
de bronze de Wall Street e lançará
sobre o seu corpo e de toda a canalha do Federal
Reserv até que fiquem uma pastinha cremosa que será servida nos cafés de
Bagdá e o que sobrar, será embutida dentro do Túmulo do Soldado Desconhecido
que ganhará pompas fúnebres carnavalescas nas ruas de Nova York no The Day of the Barbarian.
O Pentágono ganhará de presente uma
comissão de embaixadores americanos que serão lobotomizados no princípio do Ingsoc para que vocês experimentem a sua
própria diplomacia dita democrática.
O petróleo que vocês veneram choverá
na sua residência ou no seu bunker, não adiantará se esconder, pois os bárbaros
fazem o seu serviço sujo – limpam as suas ruas, lavam os seus carros, coletam os
seus lixos. Eles são mais eficientes do que o Google Street View e quando você estiver todo besuntado o Cowboy da Marlboro acenderá o cigarro e
jogará o fósforo sobre o seu corpo.
Por fim, caso corras para o Plenário
da ONU em Nova York e comece a bradar o seu discursinho aprendido em Princeton,
que é da profundeza comparada A filosofia
da História de um Hegel (sic), como neste trecho:
“Estamos tentando explicar como as
coisas estão, e elas estão como elas estão. Algumas coisas vão bem e outras
obviamente não vão bem. Você tem dias bons e dias ruins. No caminho da
democracia este é um momento, e teremos outros momentos. E serão bons momentos
e momentos não tão bons.”
Para tentar proteger-se sob os auspícios
desta instituição que sempre foi morosa, não é à toa que ela fica incrustada em
seu território, aos interesses político/imperialista dos estadunidenses, será
em vão, pois neste mesmo instante uma criança de oito anos moradora de Candaar
acionará de seu smartphone o dispositivo que lançará um Tomahawk (o míssil que o Senhor diz ser inteligente) que sairá de
uma das bases americanas instaladas no Oriente Médio e terá como alvo,
especificamente, o meio de seus olhos. Será o milhão de dólares mais bem empregado
da história.
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