Extemporâneo

11.9.14 Unknown 0 Comentarios




durmo depois de lutar contra o sono
e acordo tarde

demasiado tarde para ouvir o galo de João Cabral,
ouço apenas roncos de motores

demasiado tarde para ver o espreguiçar do sol,
vejo apenas sombras

demasiado tarde para experimentar o cheiro ameno da manhã,
tarde: só sinto o gosto da tarde

e quão tarde não será
quando o sono não
der lugar ao despertar

aí terão se encerrado os problemas:
não haverei mais de buscar
manhãs,
amores,
poemas.


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