2.10.12 Foi Hoje! 0 Comentarios


Na estrada... Olhando para a “maçaranduba do tempo”.
 
Oxóssi, São João, Milho, Feira, Forró... De repente me encontro embebido de lembranças, tempos idos, que não voltam. A vontade é de escrever, e é através de palavras que expresso minhas memórias de sabores, nem sempre amargas, nem sempre doces. Será?
Estava eu a olhar para a “maçaranduba do tempo” parafraseando o personagem Quaderna, do Romance da pedra do Reino do escritor Ariano Suassuna, quando uma melodia “brejeira” com cheiro de terra molhada invade o ambiente e me toma com força, dizia :
“Caruaru, do meu bom Jesus do Monte pra quem vive tão distante por força do destino, ai Caruaru, dos meus tempos de menino... Ainda me lembro das festanças da matriz, das noitadas de retretas e do velho chafariz, dos roletes de cana caiana, cocada de coco e amendoim... das bolas de gude, dos banhos de açude que não sai de mim”.
Estava na cozinha, na sala, no corredor, nos quartos...era Eu! Pamonha, canjica, pé-de-moleque, tapioca... hum! delicioso café. Café me faz pensar, então se me encontro embebido de lembranças, de café, de uma melodia que me toma... Eu sou o TUDO e o NADA como diria o poeta.
As lembranças dizem respeito à infância, adolescência... Escolhas: com que roupa, com que sapato, o que comer? ... Tem uma coisa que não escolhi: SER EU! EU SOU e não ESTOU. Elas( as escolhas) estão sempre aí... oito ou nove anos, eu estou aqui( vivendo, comendo, bebendo, amando...em Recife) e elas estão me acompanhado...o que eu fiz? Como fiz? Da forma que fiz? Se FOI BOM?!! Tenho mesmo que avaliar...? respostas, coerências ortográficas, crases, antíteses, concordâncias...a língua é viva, num ( não) é? Mas...? porque eu tô falando de ortografia... talvez, inconscientemente queira fazer dela uma metáfora para a minha própria vida.
Help me ! Bandeira, pois também estou FARTO.
Abancado a mesa de meu quarto na várzea em uma noite chuvosa, fria, estou partido... não naquela coisa Piegas de (metade de mim é amor e a outra metade também)...ARGGG!
Mas, entre o ontem e o hoje...Recife – Cararu...Caruaru- Recife...parece que fui trazido pelo curso do rio Ipojuca que banha a cidade, mesmo não desaguando no mar em Recife, ele vem...mas só volta sublimado, nas nuvens, na chuva...
Posso ver um horizonte de incertezas, de dúvidas, anseios... Ai! Em que espelho ficou perdida a minha face, me dizia Cecília, enquanto que Drummond calmo e quieto me observava e olhando fixamente com seu olhar penetrante e ao mesmo tempo tímido e acanhado dizia: Tenho apenas duas mãos e todo o sentimento do mundo.
Porra!! E ainda houve boatos que eu estava numa pior...se isso é estar na pior...o que é que é tá bem neh!

por: Carlos Daniel


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