Pequenas coisas inofensivas

24.10.11 Castanha 1 Comentarios


Isso se passou no final dos anos cinqüenta num quartel do exercito em Jaboatão. Eram muito amigos, Cabo e Soldado, amigos de verdade. Brincavam. O Cabo sacava o revolver e apontava para o rosto do Soldado e, bem tranquilo, puxava o gatilho varias vezes. Pouco antes ele tirara as balas do tambor. Era como se brincassem com a sorte sem brincarem de fato. É o tipo de coisa que nos faz quebrar as regras por um instante sem que exista o risco de consequência. Mas, estas pequenas inocências também abrem brechas traiçoeiras e escorregadias. Num certo dia, tornando a brincar, o Cabo puxou o gatilho: Puxou uma vez, puxou duas, ia puxar de novo quando outro Soldado do lado falou “Não faça isso cabo, Deus pode lhe castigar” e o cabo respondeu “Não acontece nada, está descarregada, a gente sempre brinca assim” e dito isto apontou a arma para o chão e puxou o gatilho, em prova sincera de que tudo aquilo era inofensivo. A arma disparou... Restara uma bala... A última bala... Como pode?

Castanha 24/10/2011

Um comentário:

  1. Isso é que cham de roleta russa do acaso, meu caro Castanha!

    Rico Santana

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