Minha esposa: Um sono de anjo

26.3.11 Castanha 6 Comentarios


Amigo leitor, minha esposa é um amor, nos damos bem. Chamo-a por “bebê” e ela me chama por “bem”. Ela tem um sono lindo e tranquilo que também é um sono de pedra. Acho isso ótimo, para um bom cansado nada melhor que um sono difícil de perturbar, mas às vezes...
Era quase meia-noite, eu estava sossegado na janela da lavanderia fumando um cigarro, já era quase meia noite. Minha esposa veio me dar um beijo e informar que ia dormir. Continuei por ali dando umas pitadinhas na “chupeta do diabo”, que é o nome que minha tia deu para o cigarro. Findo o cigarro vou abrir a porta da cozinha e... Surpresa! Minha esposa fechou a porta para a fumaça do cigarro não entrar em casa e, por vício mecânico, girou a chave. Fiquei trancado na lavanderia. Eu estava trancado ali só de cueca e a janela da lavanderia dá direto para o pátio do condomínio que por sua vez concentra a frente de quase todos os apartamentos. Bati na porta de leve, pois, fiquei com medo que a vizinhança escutasse as batidas e pensasse que eu estava trancado ali de castigo depois de uma desavença domestica. Lembrei do porteiro, chamei relativamente baixo “Seu Antônio!” ele atendeu “Oi?” “Aqui.” “Aqui onde?” “Aqui no pátio, é o rapaz do 04” ele veio e eu expliquei a situação. Eu estava no primeiro andar, e lá de baixo ele jogou o celular pra eu ligar pra minha esposa. Foi em vão, o toque do celular é leve demais para o sono dela. Seu Antônio então, com a maior boa vontade do mundo, pegou uma grande escada, subiu nela e começou a bater na janela do quarto onde minha esposa dormia e que fica do outro lado do condomínio. No começo eram batidas leves seguidas de pequenos chamados. Bum, bum, bum: D. Chéley... Vinte minutos depois eram batidas pesadas e gritos em alto e bom som: BUM, BUM, BUM: D. CHÉLEY... E entre uma pausa e outra eu também dava umas batidas na porta da cozinha, sempre cauteloso pra não acordar os vizinhos. Então escutei um grito: “AMOR!”. Era ela acordando assustada com as batidas; saiu correndo do quarto pra me procurar, estava desorientada pelo sono e pelo BUM, BUM, BUM e quando me encontrou em minha “cela” trajando cueca perguntou: “Por que tu ta trancado aí?” e eu “Tu me trancou aqui sem querer!” e ela “Ai meu Deus, que horror! Desculpa!”. Botei uma bermuda e sai correndo pra agradecer a seu Antônio e devolver o celular. Ele estava empapado de suor e cansado por causa do esforço que tinha feito. Sua respiração estava tão pesada quanto os seus sessenta e tantos anos. Agradeci, me expliquei, disse que parecia, mas não era briga de casal, ele se riu e disse que não era nada e que se eu precisasse dele podia chamar.
Voltei pensando no bom coração de Seu Antônio e nas pálpebras pesadas da minha mulher. Gastamos quase uma hora pra acordar ela. “Será que ela vai se desculpar ou rir quando eu chegar ao quarto?” pensei comigo. Tive que acordá-la para descobrir, pois sem muito esforço ela deitou e dormiu de novo.

Castanha 26/03/2011

6 comentários:

  1. Sono abençoado! Pede a Chéley dez centavos de sono pesado assim pra mim, meu cumpádi. Meu sono é leve por demais... se cair uma pena no chão do meu quarto eu acordo. Pense!
    Ah, gugestão: fuma no hall da escadaria. Nem tu fica preso, nem incomoda ela com a fumaça. Hehehe!

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  2. Blz meu querido calango vou seguir a dica rsrsrsrs Abraço

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  3. kkkkk são os males do cigarro, meu caro!!!
    Quanto ao sono pesado compreendo isso muito bem também tenho um sono assim!!! kkk

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  4. Quem é esse anônimo?! Hehehe!
    Meu voto vai pra Rosano.

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  5. Fui eu Kleiber KKK
    Rico Santana

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  6. Ah, sim! Desvendado o mistério. E tu não tem o sono pesado não, Môpi... tu tem um pré-coma com direito a apneia! Hehehehe!

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