(Des)sufocamento
Bem, acometeu de nesses dias, por
motivo(s) fortuito(s), vir a pensar na minha nova experiência: Ser Pai.
Para todo o resto da humanidade isso pode ser um assunto crucial. Está na hora de construirmos nossos valores, pensar que uma nova vida está chegando. Discutamos então a educação dos nossos filhos, e até mesmo o papel de nossa geração. Mais vale isso ou aquilo, ou será que aquilo outro é o melhor a se fazer. Não estou nem aí para educação. Que se dane a educação, que morra quem pariu essa desgraçada. Bla, bla, bla... minha vida virará de cabeça para baixo. Mi, mi, mi... nunca mais terei descanso. Bla, bla, bla... estou fodido.
Não, não se trata disso. Não pude conter-me de maneira alguma em pensar que será mais uma pessoa no mundo. Apenas mais uma pessoa. Apenas não, caráleo, será MAIS UMA PESSOA na estratosfera.
Para todo o resto da humanidade isso pode ser um assunto crucial. Está na hora de construirmos nossos valores, pensar que uma nova vida está chegando. Discutamos então a educação dos nossos filhos, e até mesmo o papel de nossa geração. Mais vale isso ou aquilo, ou será que aquilo outro é o melhor a se fazer. Não estou nem aí para educação. Que se dane a educação, que morra quem pariu essa desgraçada. Bla, bla, bla... minha vida virará de cabeça para baixo. Mi, mi, mi... nunca mais terei descanso. Bla, bla, bla... estou fodido.
Não, não se trata disso. Não pude conter-me de maneira alguma em pensar que será mais uma pessoa no mundo. Apenas mais uma pessoa. Apenas não, caráleo, será MAIS UMA PESSOA na estratosfera.
Quando será que os seres humanos
pararão para entender isso?
Ainda bem que a estrutura familiar atual não é mais composta ou tão valorizada como antigamente, aquela estrutura um pai, uma mãe, o máximo de filhos possível para indicar prosperidade, força de trabalho, e outros valores nefastos.
Quando será que as pessoas
entenderão que não cabem mais pessoas nesse planeta, quando entenderão que já
somos o suficiente, será que ninguém se vê como parasita? Somos parasitas
incorrigíveis; e fazendo uma prospecção vejo a única alternativa para nossa parasitose
a parasitação de outros planetas.
Entretanto, estando isso ainda
distante, até que eu gostaria de parar de pensar sobre o quanto somos
parasitários, queria deixar de me ver como uma doença para esse planeta (será
que sou realmente?). A ideia do progresso a qualquer custo não me ludibria, nem
mesmo a ideia de ser filho de Deus, nascido pela graça do próprio. “Uma porra
que eu sou filho de Deus! Eu sou filho de um erro de cálculo da minha e mãe
mais o erro de cálculo do meu pai”. E do mesmo modo será o meu filho.
“DEUS! Faça alguma coisa!
Pare-nos! Eu imploro!”
É sufocante saber que daqui a um
tempo os cidadãos desse planeta sentir-se-ão sufocados por outros cidadãos do
mesmo planeta, que por um motivo muito óbvio não poderão se dessufocar. Não
haverá mais espaço para isso. Não há de haver um cano de escape para o
dessufocamento do planeta. Em verdade, em verdade vos digo, eu até tenho sentido isso
ultimamente, e o pior é que, agora, estou contribuído mais e mais para isso. Cumprindo
meu papel de parasita mais e mais sufocado.
A imagem de um parasita sufocado pensando em escapes de (des)sufocamento. Maldita metrópole. Na hora do rush, no rush do gozo, meu deus, parem-nos, eu imploro, eu imploro, eu implorrrrrrrrrrroooooo!
ResponderExcluirJá chega, fudeu, eu gozei.
minha grandiosa obra fora perfeitamente interpretada... q esplêndido... é de um prazer incomensurável.
ExcluirObrigado caro Anônimo.