Translúcido

26.11.14 Unknown 0 Comentarios



A Dias Lopes


Sobreviventes versos:
agora inquietantes,
imaturos como antes.

Verdes, tesos, azulados:
escorrem por entre os dedos,
quedam-se no chão estilhaçados.

São pedaços de vida, cacos:
tintos de cor fria,
inertes como relógio parado.

Mas são ditos, lidos, gritos, sussurrados:
quando se está sozinho
é que não se deve permanecer calado.

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