Cerveja Não Causa Dor de Cabeça

21.11.11 Joarez 0 Comentarios


Cerveja gelada e feijoada completa: não há quem recuse. Se for zero-oitocentos, deus do céu!, nem a distância do local do evento desanima os convidados, como foi o caso da minha amiga S., que comemorou seu aniversário - com direito aos elementos citados acima e um pouco mais - em Moreno City; cidade diferenciada, que conta com apenas uma avenida - pra quê mais? Cheguei cedo, me espalhei, comi à vontade, bebi além da conta, e fui o último a deixar a confraternização - saí literalmente varrido do recinto. Achei pouco: antes de ir para casa, ainda tomei umas saideiras na casa de Rafael, um amigo aqui das redondezas. No dia seguinte acordo com uma dor de cabeça imensa, marteladas no quengo em slow motion, e começo a maldizer, com toda sorte de palavrões, a bebedeira do dia anterior. A dor é contínua, ora mais forte, ora mais fraca, mas sempre presente. Vasculho a memória e não encontro em meus registros situação semelhante. Lembro, até mesmo, de já ter bebido mais e não ter como retorno uma ressaca tão aguda. Enquanto tentava levantar elementos que ajudassem a explicar o meu sofrimento, ouço a voz do apresentador do programa esportivo: "Tupi se sagra campeão da Série D em cima de gigante do futebol brasileiro, no Arruda...". A cabeça quase explode. Descubro o motivo da minha dor: a derrota do Santa, por 2 a 0, na final do campeonato. Minha memória, seletiva e bondosa como sempre, havia me poupado essa amarga recordação no dia seguinte. Mas agora já era tarde: contei com o desfavor da televisão para deixar essa lembrança mais viva do que nunca. Sem ter muito o que fazer - este tipo de ressaca não se cura com Sonrisal - saí triste e desolado: perambulei pelas ruas a fumar o king size da decepção, e entre uma baforada e outra, refazia clássica aporia shakespereana: Tupi or not Tupi: that is the question!

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