As coxas de Lú...
Lú não é só coxas, mas eu gosto muito
das coxas dela, o título dessa crônica não é à toa. Lú é, na verdade, Sandra
Luíza Gomes e mais uns sobrenomes, mas eu gosto de chamar: Lú; com a língua
batendo no céu da boca e o som voando monossílabo vindo de minhas cordas vocais
até alcançar os ouvidos próprios e alheios: Lú! Lú tem coxas bonitas! Coxas
boas de apertar, envoltas em pele clara, encaixadas em quadris largos... Bonita!
Um sorriso fácil, largo, solto... Sorri. Cabelos curtos cortados pouco abaixo
das orelhas. Pouca mais de um metro e cinquenta de altura. Um temperamento meio
paciente meio nervoso. Inteligente, dedicada. Lú é um pouco atrapalhada, e
também um tanto esquecida, muita vezes eu me irrito com isso e discutimos, mas
passa. Lú, quando não está gravida, tem,
também, cintura de menina, cintura parecida com as cinturinhas de suas alunas
de 14 e 15 anos. Digo “quando não está grávida” porque agora Lú traz Ulisses no
útero, e dentro de dois meses ele nasce. Depois disso tudo Lú volta a ter
cinturinha de menina. Por hora eu olho a barriga grande pontiaguda e dura de
Lú; olho ela sem roupa ou com roupa, antes e depois do banho quando dorme e
quando acorda... Continuo desejando Lú, continuamos nos desejando. Olhar Lú
barriguda não diminuiu meu desejo, do mesmo jeito que carregar uma barriga de
gestante não diminuiu o apetite dela por sexo: transamos tanto agora quanto
transávamos antes de Lú ficar barriguda. Lú tem uma bunda bonita, e eu gosto
tanto da bunda dela quanto das coxas dela quanto do sorriso dela quanto da
barriga dela... Eu tinha escrito que Lú tem alunas, mas ela tem também alunos, e
isso porque ela é professora de língua portuguesa, redação, literatura,
coisas que alimentam o espírito da gente. Por ter essa capacidade de tratar de coisas que são boas pra alma, eu peço ajuda pra Lú: quando faço leituras,
compartilho com Lú; quando penso em coisas que quero escrever, compartilho com
Lú; quando escrevo essas coisas, peço pra Lú corrigir (essa crônica mesmo que
você está lendo, Lú vai corrigir logo mais, bem antes de você saber que essa
crônica existe). Nós éramos amigos, uns dois anos atrás. Depois viramos
confidentes, por volta do ano passado. Depois viramos amantes, no começo desse
ano. E rapidinho nos casamos quando descobrimos que Lú estava grávida. E quando
Ulisses chegar, o que não demora muito, vai me encontrar, pai dele e marinheiro
de primeira viagem em matéria de paternidade. E vai encontrar Lú, que uns oito
anos atrás deu a luz a Gabriel. Lú será
então mãe de Ulisses, além de ser mãe de seu irmão Gabriel, além de ser tudo
que descrevi nessa crônica e mais um milhão de coisas que não caberiam nessa
página.
Castanha 04 de setembro de 2015
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