Recife, 1997-2015
Em 1999, dois anos depois da morte
dele, um antes do ano derradeiro do XX, quando, pra mim, a internet ainda era
discada, era muito chato perceber que aquela coisa mágica havia sido transformada
em “identitária”; justo na época em que percebemos as facetas fascistas que
existem em alguns conceitos e palavras – nesse caso, o pânico tinha um nome
pomposo e suassûnico: tropicalismo armorial. De jeito nenhum era fácil lutar contra, e ao
mesmo tempo, amar tudo aquilo. Assim, todo mundo que tivesse uma banda naqueles
tempos era obrigado a ouvir: sim, mas cadê a alfaia? ao que se retrucava: “Chico
Science é o caralho! Vão se fuder!” 18 anos depois o mercado arrumou outras formas de
padronização. Porém, se antes a coisa era fordista, a reestruturação produtiva levou
a indústria fonográfica a se "reinventar". Além do mais, hoje, não se impõe mais o “identitário”,
ao contrário, se impõe o The Voice Brasil goela abaixo.
0 comentários: