Crônica da cidade de São Paulo
Prédios, veículos, concreto, velocidade; pessoas... Pessoas
em todos os lugares e aos montes. Museus e avenidas e lojas... E eu vi e ouvi
uma dupla de blues bem próximo ao teatro municipal; era boa. Depois comi no
mercado municipal, a comida era boa e o local era quente; a cidade inteira
estava quente, insuportável. Tudo é grande e rápido naquela cidade. As coisas
belas são grandes, as coisas ruins são também. Enquanto eu estava lá havia pouca
água para manter tudo e todos, naquele lugar gigante. Estavam à beira de um
colapso hídrico. Mas, a cidade não parava, nunca para. Onde tudo é grande, tudo
é também distante, e todos pagam caro pra se mover, para ir de um lugar para
outro. Pagam com dinheiro e com tempo e com o desgaste de seus corpos e de suas
paciências. Os ônibus estão abarrotados de pessoas, e as pessoas que tem carro
estão lá, no transito, paradas; ninguém está a salvo dos aborrecimentos. A
cidade das grandes dimensões é bela, agitada, caótica e violenta. É rápida,
nervosa, programável e inesperada.
Castanha
06 de fevereiro de 2015
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