Copa nas copas
A
Copa de 2014 no Brasil ficará marcada, para mim, como a Copa nas copas. Não é
apenas uma aliteração homógrafa do evento esportivo quadrienal com o lugar da
casa onde a sobriedade prevarica, a copa. Mas, sim a constatação que a “Copa
das Copas” bateu um bolão na cozinha.
A
Copa do Mundo no Brasil procurava à cozinha como os americanos um drive thru; os japoneses um karaokê e um
cronista inspiração para uma nova crônica.
Ainda
bem que o Brasil não chegou à final no Maracanã, porque eu tenho quase certeza
que bateria as chuteiras, aliás, as botas, antes. Cada jogo da seleção era um
desmantelo e um desregramento do tamanho do chocolate
da “torta alemã” em sete camadas.
Assisti
aos jogos do Brasil na casa de amigos de maneira aleatória, não repeti nenhum
lugar, em todos, sem exceção, não parava de vim comida, bebida, tira-gosto,
guloseimas, fofocas e “esse Fred não faz porra nenhuma!” da cozinha. Depois do
jogo contra a Colômbia, minha mãe olhou para mim no dia seguinte e disse: “meu
filho, tome um Buscopan”.
Bebi
em escala “Bossa Nova”, Tom e Vinicius era a garota Helô Pinheiro comparado a
minha envergadura etílica. O buraco no meio campo da Seleção eu preenchia-o com
o meu fino léxico chulo de costume e, entre um Puta que o pariu! E um Poorraa!
Era um tal de uísque com tônica, cerveja, cloro, ovo de codorna, churrasco,
alpiste.
E
eu como aquele marido no comercial do “Bom Negócio” perguntava: “cadê a fumaça
deste churrasco?” daí a turma, “sabe de nada, inocente!” e me apresentaram a
churrasqueira elétrica. Levei um choque e, infelizmente não foi em sentido
figurado, tomei um choque quando fui pegar descalço, na bandeja de alumínio
encostada à churrasqueira, uma faca. Tudo bem comigo, como vocês estão vendo,
ou melhor, lendo.
A
Copa nas copas já entrou nos anais dos meus hepatócitos. Outra desta vou ter
que pedir um exoesqueleto ao M. Nicolelis.
O
Brasil não chegou à final, acontecimento que seria o meu fim também, mas os 7x1
contra os alemães ainda hoje é a minha maior ressaca, talvez cure na Rússia em
2018, um país tão improvável quanto o nosso, talvez não cure nunca.
Tomara
que na Rússia daqui a 4 anos o nosso futebol não tome uma outra fodka dentro de campo.
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