Primeiro Monólogo: (é tudo invenção, nada é real.)
Anácio; 37 anos; nasceu e cresceu numa cidade grande; contesta tudo; é inquieto.
“Que porra é essa?!” pensou
Anácio “Está tudo errado, porra! Tudo errado! Porra, ta tudo errado!”. Sentou
num banco de praça pra olhar o movimento das pessoas. “D. Maria vai pra casa
com o pão; pensa que é melhor que os outros; o marido tem um carrão; grande merda!
Lucas pegou o ônibus agora, vai pra faculdade... vai ser contador... quando se
formar... Tava passando isso na cara do irmão... Cuzão! O irmão dele não estuda
porque não quer, quê que tem? Por causa disso ele é melhor que o irmão é?
Cuzão! Ta cheio de gente assim aqui... No bairro... Nesse lugar... No mundo... Mundo
todo... Esta cheio. Estou cheio! Estou Farto!”. Respirou desconsolado, ascendeu
um cigarro, tragou fundo e na sequência soltou a fumaça lentamente: “Tenho que
para de fumar” falou baixinho; e ainda “Cigarro faz mal pra saúde”. Usou um
silêncio profundo para conter as palavras; foi tão forte que nem mesmo em
pensamento elas ousaram aparecer. Tornou: “O mundo é tão grande e tão
pequeno... Um pequeno assim apesar de ser tudo ao redor da gente. O mundo é
maior que tudo que existe no mundo, inclusive a gente com nossos pensamentos e
tudo mais. Mas, ele é nada se for comparado com tudo que existe por ai por fora
dele... E a gente assim: egoísta, cuspindo arrogância, achando que sabe tudo. A
gente é tão pequena, mas vive achando que sabe tudo... Que merda!”. Levantou,
foi à padaria comprar pão e foi para casa.
Castanha 20/04/2013
Castanha 20/04/2013
0 comentários: