Causos 28: Casamento

20.2.11 Foi Hoje! 3 Comentarios


Casei! Minha esposa, que até uma semana atrás era minha namorada, me convenceu a fazer esse consórcio. Casei! Dá pra voltar atrás, mas eu não quero voltar atrás, sou homem de uma palavra só. Casei! Quando eu era adolescente e acreditava nos ideais comunistas dizia pra mim mesmo que nunca iria aderir a essa instituição burguesa. Alguns anos depois mudei de idéia, mas sempre olhava para o matrimônio como algo distante. E agora? Agora casei! Sem cerimônia nem festa nem nada disso. Alugamos um apartamento, compramos os móveis e agora dividimos o mesmo teto. Casei! Estou feliz. Mas estamos na primeira semana e fico ansioso, sinto um frio na barriga, medo que dê errado...
Tenho que abrir mão de algumas coisas: Nada mais de noitadas de cerveja, sinuca e gargalhadas sem preocupações com o horário de voltar para casa; nada mais de aproveitar o carnaval do jeito que o diabo gosta; nada mais de muitas coisas mais, mas estou feliz assim mesmo. Se com a boemia aprendemos algumas coisas com o casamento aprendemos outras. Pelo menos é o que eu acho. De boemia eu entendo, mas de casamento não. O importante é que de tudo certo. Mas, se der errado? Fico nervoso. Quando era apenas namoro eu já seguia certas regras e já dividia meus dias com ela, mas agora é diferente, agora somos casados. Como é que eu sei que não vai dar errado?
Durante o almoço compartilhei minhas angústias com ela e ela respondeu “É do mesmo jeito que era antes meu amor, só que agora nós dividimos o teto e continuamos seguindo na linha algumas regras que já seguíamos”; acalmei-me. Com algumas palavrinhas dela eu me acalmei. Vai dar certo!

Castanha 07/02/2011

3 comentários:

  1. Felicitações "ruivalbinísticas", meu caro Castanha! Se casar fosse tão ruim quanto alguns alardeiam em propaganda, não haveria mais casamentos há algum tempo, não é mesmo?! A não ser que a humanidade tenha um gene masoquista muito forte, que bloqueie o os genes do discernimento.

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  2. Porra, Castanha, parabéns velho. Tudo de bom mesmo!

    Só um conselho, se, claro, me é lícito: Ame, meu caro, ciente da finitude de qualquer relacionamento. Eu acho, meras palavras mesmo, que quando amamos desmitificando a eternidade, amamos de uma forma muita mais delicada, comovida, honesta, sincera.

    Vai, Castanha, vai que dá, vai que dá certo.

    Forte Abraço.

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  3. Helton, meu nobre, aceite meus votos de felicidade e, de lambuja, lhe deixo esses versos de Chico acabo de lembrar. Forte abraço!

    Prepara o teu documento
    Carimba o teu coração
    Não perde nem um momento
    Perde a razão
    Pode esquecer a mulata
    Pode esquecer o bilhar
    Pode apertar a gravata
    Vai te enforcar
    Vai te entregar
    Vai te estragar
    Vai trabalhar

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