Caminhada de Fim de Noite – Beirando A Madruga

13.2.11 Foi Hoje! 2 Comentarios


À rua de novo! O mesmo caminho. Paissandu, Henrique Dias, Dom Bosco, Manoel Borba. Tenho cruzado com caras repetidas, apesar do adiantado da hora e da escassez de gente nas ruas, como é de praxe na madrugada.
Nota mental: - Preciso dar uma variada no percurso.
Fogo na bomba que a caminhada será longa!


As calçadas quebradas, forçadas pelas raízes de árvores centenárias; as ruas desertas, salvo um caminhante notívago ou outro, ou automóvel, a caminho de casa; tenho a sensação de estar na contramão. Na penumbra da madrugada tudo em volta lembra silêncio, o ar fétido de Recife tem cheiro de medo, de paranoia urbana. Penso cá com meus botões: - Caminhar de madrugada pode não "fazer bem pra saúde".

Perco o foco do pensamento a cada trago na guimba, enquanto observo tudo à minha volta.
Todas as cores da noite numa sombra quase uniforme, quebradas apenas pelas luzes dos postes que pontilham o caminho. Mendigos dormem na porta do supermercado; aluns parcos carros no estacionamento do hospital.

Avisto na avenida um fiteiro e um ponto de táxi. Paro, compro um cigarro e uma lata de cerveja, que bebo a largos goles como se bebesse água. Acendo o cigarro e retorno.

Na caminhada da volta, o passo é mais lento e cansativo e o caminho parece maior. No entanto, o fluir de idéias, o pensamento longe, deixam uma impressão em mim de que o caminho ficou mais curto. Tenho a sensação de que demorei menos tempo voltando do que indo.

Quando já estou a poucos metros de casa, a lombra vai diminuindo de intensidade. Dentro de casa o tempo passa mais devagar. Um banho, rango pra saciar a larica, uma dose de internet e cama. Hoje o fim de noite foi isso. Nada mais.

Calango Albino.

2 comentários:

  1. Vai andando pras bandas do joana bezerra que tu vai ver o que é bom!
    Victor

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  2. Esse texto tem o oferecimento das:

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