Croniqueta

19.11.13 Cabotino 0 Comentarios



O cursor do Word pulsando regularmente como se fosse os movimentos de uma sístole e diástole pedindo que bombeie sangue, vida ou alguma coisa parecida, mas nada vem para desvirginar a tela em branco, absolutamente, nada.

Talvez seja a falta de inspiração; ou ninfas ou quem sabe o arquetípico pássaro azul. Não sei. O que sei é que já estou começando a enrolar vocês, pelo menos estamos no formato digital e nenhuma árvore foi cortada para acabar em um par de frases deste cronista bissexto e ludibriador.

Vamos lá.

Era um dia cinzento... Parou! Assim não dá, que lugar-comum. Vamos lá mais uma vez. Hoje presenciei um acontecimento... Ah! Que coisa mais cafona, quem está interessado em saber o que aconteceu comigo ou com as invenções de minha imaginação? Narrar qualquer coisa que seja em primeira pessoa ou terceira não vale os bytes da fonte verdana tamanho 12 deste texto quem dirá a sua atenção. Mas, se estiveres lendo ainda vou tentar mais uma vez dar início a alguma coisa que valha mais do que o meu silêncio ou seu precioso tempo entre o Facebook e este blogue.

Vocês querem sangue? Uma história de amor? Ou outra platitude qualquer do cotidiano de alguém? Não vou dar nada disso. Querem à minha alma ou à minha autoflagelação? Ou querem a problemática mimética de minhas experiências transplantadas para vocês que ficarão se perguntando, será que isso aconteceu com ele? Também não vou dar. Se tivesse em uma redação o chefe já estaria chupando minha carótida e berrando: cadê o texto? A Mafalda já está pronta assim como o joguinho dos sete erros e as palavras cruzadas, porém hoje, é impossível sair alguma coisa e como resposta a ele, o atiraria do alto da redação para o maquinário da gráfica só para ganhar um fato jornalístico. Mas creio que o assassinato de um chefe de redação não seja algo que valha a pena ler.

Prometo a vocês, isso aqui não vai passar de uma lauda com espaçamento simples e fonte verdana tamanho 12.

Puta que pariu, séculos e séculos de tecnologia acumulada e trabalho humano agregado e eu aqui entre os valores de troca e uso na confecção de uma cronicazinha. E viva a revolução tecnológica dos Estados Unidos da América (poderia muito bem abreviar para EUA, mas quero tomar o tempo de leitura de vocês) e o Vale do Silício e toda à mão de obra explorada nesta Meca erigida em fibra ótica que me deu as condições matérias para usurpar o seu tempo à distância nesta croniqueta. 

Narrar requer tempo e tempo é Cronos e Cronos é crônica e já que o Capital explora o trabalho pelo Mais-Valor que em síntese é o tempo acumulado e embutido na feitura de cada mercadoria, eu consegui roubar o pouco de seu tempo para a causa perdida deste texto desde o início, e, além disso, menti, já passou de uma lauda.


0 comentários: