Seja cardispliscente
Não é muito difícil esbarrar, aqui e ali, com figuras 'geração saúde', alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, garrafinha d'água embaixo do braço e 2,5 km de vaidade. Difícil? Não, nem um pouco. Tem às pencas. Facilmente topamos, na esquina ou no boteco, com este tipo de gente.
Topar é simples, difícil é levar uma prosa. Esse pessoal costuma malhar o corpo, não o cérebro. Costumam fortalecer o ego, não a simpatia.
E é em nome de uma prosa digna no botequim, não por apelação ao uso do álcool, coisa que eu faço deliberadamente, que lhes apresento a figura de Antônio Maria.
E é em nome de uma prosa digna no botequim, não por apelação ao uso do álcool, coisa que eu faço deliberadamente, que lhes apresento a figura de Antônio Maria.
Este coroa, baixinho e gorducho, embora muito esquecido hoje, já foi marcante no cenário cultural brasileiro. É de Maria a letra da música, que ganhou o primeiro disco de ouro da música brasileira, Ninguém me Ama. Outros sambas-canções, como Manhã de carnaval, interpretado por João Gilberto fizeram muito sucesso há algumas décadas no Brasil, além de sedimentarem o espaço que mais para frente seria ocupado pela bossa-nova. São deles também alguns dos frevos mais lindos que o Recife viu surgir, como Frevo nº 2 do Recife. Suas crônicas, que só iam ao ponto-vital, mulheres e boêmia, são simplesmente apaixonantes.
Em que pese o caráter 'cabeçudo' destas últimas glórias, pode-se objetar uma belezura de carta, intitulada Bilhete fraternal, talvez útil, em que Maria tenta, enternecidamente, desconvencer Maysa Monjardim, sua amiga, do suicídio.
E Maria, apesar dos pesares, apesar de ter morrido aos 44 anos de enfarte, se dizia um cardisplicente - aquele/aquela que desdenha do próprio coração.
E é em nome disso, do prazer de costurar uma conversa agradável com alguém na fila de espera ou no ônibus, que eu peço comovidamente: Seja um(a) cardisplicente!
Em que pese o caráter 'cabeçudo' destas últimas glórias, pode-se objetar uma belezura de carta, intitulada Bilhete fraternal, talvez útil, em que Maria tenta, enternecidamente, desconvencer Maysa Monjardim, sua amiga, do suicídio.
E Maria, apesar dos pesares, apesar de ter morrido aos 44 anos de enfarte, se dizia um cardisplicente - aquele/aquela que desdenha do próprio coração.
E é em nome disso, do prazer de costurar uma conversa agradável com alguém na fila de espera ou no ônibus, que eu peço comovidamente: Seja um(a) cardisplicente!
Eita, eita meu amigo Juarez "Ai, Ai, Saudades, Saudades tão Grandes" do tempo que nem vivi e mesmo assim sei que existiam mais cardisplicentes e menos egomaníacos...
ResponderExcluirSejamos pois, cardisplicentes. Sempre
ResponderExcluirSejamos pois!!!
ResponderExcluirRico Santana