O segredo de Estado

1.9.13 Pássaro Bege 1 Comentarios




Inevitável não vir à memória as aulas de ciência política com a seguinte constatação a que cheguei essa noite: “o segredo de Estado é uma arma poderosíssima contra a verdade”.

Inevitável não drummondiar diante do fato de que “cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão” e “sua miopia" diante do "lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos”.

Sei que alguns irão logo lembrar, tocados pelo poema: “o capricho, a ilusão e a miopia”, na poesia, ocorreram diante da constatação de que a verdade “era dividida em metades, diferentes uma da outra" e que "nenhuma das duas era totalmente bela". Outros vão de bate pronto dizer, num trocadilho teórico político-psicanalítico: “Norberto Bobbio explica, meu caro!”. Haverá ainda uns mais astutos que revelarão: “o rei está nu!”.

Não há escapatória quando arrebentasse ou derrubasse a porta, é preciso nela adentrar.

O fato de termos que conviver com falas oficiais da verdade; com verdades que se querem exatas e irretocáveis, incomoda-me. Mas, eu vos pergunto, só a mim?

É uma declaração de guerra ao cidadão a ideia do Estado possuir segredos. Uma espécie de busca realista na forma e vulgaridade ética de conteúdo político; uma peça publicitária da Coca-Cola.

Em meu país, cobriu-se de véus metafísicos a existência objetiva dos destroços da história.
    

Por: Pássaro Bege

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