UMA BÚSSOLA VÔOLÓGICA: Por que o Pássaro Bege resolveu não estudar Vôologia – Historia pessoal

14.7.10 Foi Hoje! 5 Comentarios




Vindo de uma família lascada e totalmente desestruturada, minha ida para a casa do saber, escatológico – burguês - dominante, canônico e superficial do reino das mediocridades chamada universidade pública aérea, foi sempre uma questão, que contrariava os FATOS DETERMINANTES DE CLASSE É CARALHO!

De fato o meu desejo de pássaro era o de voar por sobre as cabeças dos homens, que sempre insistiam em derrubar meus barracos que improvisava nas arvores nos terrenos baldios. E cantar meu canto livremente sem ser perturbado pelos sons uníssonos das serras elétricas, dos “home de terno com suas ferramentas”.

Pensava em ser uma ave de astúcia em minha juventude, e detectar a presença do inimigo com minhas anteninhas de vinil, igual ao Chapolin colorado, mas era necessário arrumar uma profissão e ainda não existia o curso de graduação em Super-herói terceiro mundista na universidade aérea, resolvi então deixar tal desejo para uma possível pós-graduação, e fui cursar a graduação de vôologia numa Universidade Pública de minha cidade.


Para mim a universidade aérea e o curso de vôologia, não passavam de um espaço fechado aos vôos livres e fui influenciado a pensar assim, analisando os personagens que escreviam os roteiros e planos de vôos passarinhais, de meu tempo.

Diziam eles que tinham o saber necessário às mudanças das condições sociais dos pássaros menos abastados e que a solução não era apenas fornecer os alpistes, mas ensinar o próprio pássaro a conquistá-los.

No entanto, isso tudo não passava de discurso porque até estudar ficava difícil, pois, as escolas de ensino básico públicas do vôo principais alavanca ao ensino superior, estavam extramente sucateadas, não fornecendo condições e oportunidades de ingresso dos pássaros menos favorecidos ao ensino superior.

E não havia interesse algum daqueles que detinham o saber canonizado de reparar a base do ensino público com planos e investimentos para este.

Diante desses quase estranhos paradoxos sempre me perguntava: será que, no entanto, não há um interesse da elite em manter a parcela pobre dos pássaros, longe da possibilidade do ingresso aos cursos superiores de vôo?

Foi com esse pensamento que comecei a estudar no curso superior do vôo.


[EM BREVE A PRÓXIMA SECÇÃO: MUDANDO DE IDÉIA]


Pássaro bege!

5 comentários:

  1. Pássaro Bege, quanto saber hein?! A parte boa da universidade aérea é encontrar pessoas queridas e que pensam o mundo de outro modo, sem se deixar adestrar nem ficar com cara de vaca satisfeita.
    Abraços, Pagú

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  2. Meu jovem deixe de modestia, dese pequeno você já voava, mesmo que fossem vôos baixinhos.
    ;)

    Castanha

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  3. o importante, pássaro é voar sempre! parafraseando o poeta, voar é preciso!
    canônicos sempre vão existir, o que faz dos iconoclastas figuras cada vez mais importantes!
    bjo e saudades das boas idéias trocadas ;)
    Thais

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  4. ao meu amigo pássaro, deixo as belas palavras do velho poeta - ainda que muito batidas nessas águas do copiar-colar, é verdade...

    "Todos esses que aí estão
    Atravancando meu caminho
    Eles passarão
    Eu passarinho!"


    Abraços
    Daniel, o bobiel

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  5. "Vai, vai, vai disse o pássaro: o gênero humano
    Não pode suportar tanta realidade."
    T.S. Eliot

    Fica cada vez mais difícil ver pássaros bons pousando em Ciências Sociais.
    Abçs à velha guarda!

    Rosano Freire

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