O maloqueiro, a OI e a senhora dos seios enormes.

22.3.09 Foi Hoje! 1 Comentarios


Hoje ao adentrar o ônibus Vila dois Carneiros no bairro de Tejipió, depois de ler algumas páginas do livro Contos Peregrinos do mestre Garcia Márquez, deparei-me com uma sombra exatamente sobre a página 55. Era um garoto de uns 13 ou 14 anos que, como diz minha avó, vinha amorcegando o coletivo. De inicio fiquei impressionado com a coragem do maloqueiro, que estava não do lado da calçada, mas do lado oposto e a esta altura estávamos em Afogados, onde a avenida fica bem mais estreita, uma verdadeira loucura executava o rapazinho. Mas o fato que mais me chamou atenção foi que o menino trazia em uma das mãos uma sacola de uma das operadoras de telefonia móvel que trabalha em nosso estado, a TIM. Neste momento, lembrei de meu amigo Helton, que se utilizando da minha condição de estudante regularmente matriculado, realizou empréstimos de alguns livros em meu nome, e hoje, seria o dia da devolução das obras, de súbito saquei do bolso meu celular para lembrá-lo de renovar o empréstimo e tentei uma, duas, três... Meus amigos! Foram nove tentativas sem êxito algum. Isto me fez cair em si, de que sou cliente da operadora OI a cerca de seis, setes anos acho, e vira e mexe tenho problemas para operacionalizar a função básica de todo telefone, realizar chamadas.

Umas três paradas depois o maloqueiro desceu do coletivo, mas a indignação só aumentava dentro de mim. Com a portabilidade, existe a possibilidade de você transferir seu número pra uma outra operadora, sem custos adicionais, mas existem diferenças entre elas, desde um melhor atendimento, cobertura, até a questão das tarifas e promoções oferecidas. Foi realizada uma pesquisa, que mostrou que cerca de 82 a 83% dos celulares no Brasil, funcionam no regime Pré-pago, ou seja, não seria justamente eu que iria me situar na situação dos 18% restantes. Desde que adquiri o primeiro celular sou cliente Pré, tanto por questões financeiras, como por uma questão de controle dos gastos, já que na teoria, você reservaria uma quantidade “x” de créditos, que atenderia suas necessidades no decorrer do mês. Quanto ao valor da recarga é justamente aí que reside o dilema: como a abandonar a operadora OI, que por se destinar ao público da classe baixa - ao contrário da TIM por exemplo - oferece os créditos mais baratos do mercado? Toda essa questão hameletiana: o desejo enorme de abandonar a OI, e a conveniência do preço dos créditos. Acompanhava-me pelas ondas da insatisfação.
Mas eis que algo finalmente me livrou destas reflexões. Uma senhora com uns peitos enormes tentava passar por entre mochilas escolares e umas 10 pessoas, no corredor do coletivo. Por já estar próximo ao centro da cidade, sobravam algumas cadeiras vazias, mas ela sentou justamente ao meu lado. Depois de reclamar do calor, mostrou-me um bilhete de metrô que havia achado, e me perguntou se aquilo possuía algum valor, pedia-me também ajuda para a inserção de novos créditos em seu celular:
“é que eu sabia colocar os crédito no outro, que era da CRARO, mas mudei pra OI, porque é mais melhor e mais barato”. De pronto respirei fundo para não lhe atacar o pescoço, contei até dez disse o caminho que ela deveria realizar para que os créditos fossem inseridos, em seguida falei que o bilhete, que ela havia achado, não tinha nenhum valor, mas lembrei dos vendedores de jujubas da integração e disse, que ela podia trocar o bilhete pela guloseima na estação. A senhora sorriu e me respondeu: “ah! intão tá certo, quando chegar na INTREGAÇÃO eu troco, brigado viu meu fio! Qual o seu nome?...”

Rico Santana.

Um comentário:

  1. A "oi" é foda mesmo!
    Mas eu também vivo este dilema.
    Diz uma coisa, essa mulher deveria
    ter uns peitões morgados, ne? hahaha

    abraço

    Victor

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