O que se pensa e o que se fala.

20.12.08 Foi Hoje! 2 Comentarios


É interessante analisar o que pensamos e como agimos quando queremos transparecer esse pensar. Se não gostamos de alguém pensamos bem claramente tudo que odiamos nesta pessoa. A mesma facilidade não há se tentarmos falar isso pra outros ou pra pessoa que odiamos, criticamos, desprezamos, ou, seja lá que o sentimos. Que dirá se tivermos que fazer algum registro sobre este “mal pensar” dos outros, como escrever, gravar ou anotar isso de qualquer forma para que terceiros possam consultar. Pense caro leitor: nosso poder de “não-falar” o que pensamos é tanto que criamos uma série regras e contextos para fazer, ou não fazer, isso. Para chamar alguém de “mau pagador” em público, dizer que essa pessoa não paga o que nos deve, e cobra-la por isso, vamos a um tribunal de pequenas causas que usa uma bela palavra para o devedor: “inadimplente” (o popular velhaco). Levamos isso a um juiz, sujeito de alta escolaridade e prestígio social e forçamos o poder público a ter gastos ao longo do processo. Ora! Queremos receber dinheiro atrasado e acabamos causando mais gastos junto ao Estado. Por que a gente não pega o cabra dá-lhe uma surra toma na marra o que ele tem e pronto? Tudo bem, eu sei que não é tão simples assim querido leitor, mas que da raiva dá! Por que se, por outro lado, eu chamar o cara de devedor em praça pública ele pode acionar este mesmo circuito contra mim alegando “danos morais”. Ta vendo?! Toda uma estrutura montada para não falarmos o que realmente pensamos.
Bem, tendo em vista o problema "pensar / transparecer o que se pensa" eu estava pensando: será que escrever o que se pensa deixando bem claro o que é pensamento e o que não é, seria chato para a pessoa que é mal falada no pensamento que se escreve?
Outro dia fui ao setor “x” da faculdade pegar informações com o coordenador do lugar e entre uma fala e outra ele se queixou da secretária do local. Fez isso por me conhecer e sentir espaço para transparecer o que pensava, já que não conseguia transparecer isso pra ela. Não vou citar nomes aqui pra não ser indelicado... Ou grosseiro?... Ou por covardia? Enfim! Penso nos nomes. Ele dizia:
- Ela já não tem saúde para o trabalho, tem a memória fraca (eu pensei: Você também).
- Ela está sempre esquecendo e errando (eu pensei: Você também).
- Ela deveria estar longe daqui, pois é uma funcionária ruim (eu pensei: É né?! Você também).
- Ela já tem... (falou isso com ar de impaciência e alterando a voz como se estivesse pensando com muita raiva: Régia é foda!)... Quase setenta anos. (pensei de forma agressiva e confusa: Porra Figuerôa! Você também).
Deixo transparecer agora três respostas, nas quais eu estava pensando, que podem ajudar a solucionar o paradigma: "o que se pensa e o se fala".
Serei direto deixando minha opinião bem clara para você querido leitor. É isso mesmo, não pense que eu tenho cautela... Ou vergonha?... Ou medo?... Ou seja lá o que diabos for! Exponho o que penso e pronto:
1°Se pensamos e não conseguimos falar então vamos escrever de forma sutil o que pensamos, diferenciando na escrita o que é "pensamento" e o que é "fala" e vamos divulgar isso para o máximo de pessoas.
2° Vamos continuar usando as leis e tribunais para falar de forma bonita o que pensamos com palavras feias. Isso nós ajudara a ser educados em casos de extrema safadeza.
3°Internalizar a vergonha na cara, parar com o “disse e me disse” e dizer a verdade é a melhor forma de falar o que pensamos, além de livrar as repartições públicas deste clima de fofoca.


Castanha 09/11/ 2007.

2 comentários:

  1. Muito legal!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Puta que pariu meu velho !!! que texto hem camarada boa lembrança ...

    Rico Santana 17/abril/2011

    ResponderExcluir